Eles encerraram
O Pearl Jam precisou de uma música e meia para ganhar o maior coro dos dois primeiros dias do Lollapalloza 2018.
No ótimo show de mais de 2 horas e 20 minutos que encerrou o palco principal do festival neste sábado (24), a banda mostrou que o grunge virou classic rock. Sem problema.
Os destaques foram:
Refrãos dos anos 1990 cantados tanto pela banda quanto pelo povo, em karaokê da saudade (da camisa xadrez de flanela, inclusive)
Um "Parabéns pra você" para Perry Farrell, o "dono" do Lollapalooza, numa ótima demonstração de senso de hierarquia. Farrell foi para o palco para cantar com o Pearl Jam uma música de sua própria banda, o Jane's Addiction. A escolhida foi "Montain song"
O clima descontraído, com o Eddie Vedder tenso e dramático do início da carreira dando lugar a uma versão mais relaxada, comunicativa e simpática, correndo para lá e para cá, porém sem "escaladas suicidas" do passado
Discursos engajados, politizados – e fofinhos – de Vedder, alternando português (com cola) e inglês. Temas: desarmamento (ele lembrou que os americanos foram às ruas neste sábado por leis mais rígidas para o controle de armas e citou que o Brasil tem problemas semelhantes); ecologia (a banda doa cachê para iniciativas de preservação do meio ambiente); e apoio às mulheres
Tiozinhos com gás e que se garantem no essencial: o repertório excelente, de 25 músicas
O lado fofo do vocalista se vê no esforço para falar o idioma nativo, cheio de sotaque e rindo da falta de habilidade. Geral compra este populismo, vamos reconhecer, meio barato, mas ok. Deixa o cara, que no mais só quer ser simpático.
E há momentos de afagos criativos, como quando ele muda a letra da bela balada "Elderly woman behind the counter in a small town" e canta: "I am glad to saw here". E generosidade, como na hora do elogio a David Byrne, que tinha tocado mais cedo e foi chamado de "gênio" por Vedder.
Em outro discurso (mais um) do show de duas horas e vinte minutos, o cantor achou certo falar que "o Brasil é a capital mundial do rock'n'roll", dizendo em seguida que aqui é bom para surfar. lado fofo do vocalista se vê no esforço para falar o idioma nativo, cheio de sotaque e rindo da falta de habilidade. Geral compra este populismo, vamos reconhecer, meio barato, mas ok. Deixa o cara, que no mais só quer ser simpático.
Quem preferiu curtir outro ritmo teve Dj snake
À noite no Palco Perry, nem todos os gatos são pardos. O espaço da música eletrônica do Lollapalooza, a cada ano maior, pode parecer só uma festa com DJ superstar qualquer para os desavisados.
Mas há bastante diferença entre um DJ Snake, que tocou batidão com requebrado neste sábado (23), e outros espetáculos mais quadrados.
🐍 O francês citou (com a boca mesmo) a batida do funk carioca três vezes no show.
🐍 Seus hits "Turn down for what", com Lil Jon, e "Lean on", com Major Lazer e MØ, e "Let me love you" foram os que causaram mais comoção.
🐍 Também bombou um remix de "Humble", de Kendrick Lamar.
🐍 No final, ainda tocou o hino nacional do Brasil, só de zoeira.
Imagine dragons
Eles animaram a galera digno de ser no próximo evento o palco principal.
O fato de ter caído definitivamente no gosto do roqueirinho médio brasileiro deixa o Imagine Dragons livre para até ousar um pouco.
"Believer" começa em versão quase bossa nova, com Reynolds deixando os fãs cantarem várias partes.
A sequência com "Mouth of the river", "Yesterday" e "Start over" dispersa um bocado. Mas o faniquito retorna com "Demons", com seu costumeiro discurso sobre depressão, com a qual foi diagnosticado.
"Se você se sente deprimido, fale com alguém. Não deixe que isso seja estigmatizado", disse Dan.
Mas o título de maior banda nova de rock é confirmado principalmente no fim, que inclui "Thunder" (um bom hino do recalque) e o maior hit deles, "Radioactive".
Nessas duas, dá vontade de parar de olhar pro palco e se virar para o mundaréu de fãs pulando.
Kygo
Ele fez um show cheio de pirotecnia (basicão) e com participações ao vivo (não é só dar play não). Também tocou "Sexual healing", clássico de Marvin Gaye. E aqueceu o orgulhinho de ser brasileiro do seu público majoritariamente teen com "Fuego", do Alok – mas sem tratar da sua própria história de vida.
Em certo ponto, Kygo mandou uma versão batidão de "Sweet dreams", clássico do new wave que no Brasil ganhou contornos de meme e funk nos últimos anos.
Kygo conhece essa interpretação moderna e nacional para o hit do Eurythmics? Provavelmente não. Mas a imagem do jovem saltando e dando um espacate no meio de um programa da TV brasileira certamente pintou na mente do público de internet ali presente. Ponto pra Noruega.
Esses foram os shows do 2 ° dia aguardem que hoje tem mais Lana del Rey a querida da noite e etc...
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